segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

 Mestre Mangangá
Meu Mestre Luiz
OS MESTRES
Uma  categoria de entidades que recebem culto na Jurema é a dos Mestres. Ao que parece o termo mestre é de origem portuguesa, onde tinha o sentido tradicional de médico, ou segundo Câmara Cascudo de feiticeiro. De forma geral, os mestres são descritos como espíritos curadores de descendência escrava ou mestiça (índio com negro ou branco com uma das duas outras raças). Dizem os juremeiros que os mestres foram pessoas que, quando em vida, trabalharam nas lavouras e possuíam conhecimento de ervas e plantas curativas. Por outro lado, algo trágico teria acontecido e eles teriam "se passado" (morrido), se encantando, podendo assim voltar para "acudir" os que ficaram "neste vale de lágrimas". Alguns deles se iniciaram nos mistérios e "ciência" da Jurema antes de morrer, como o mestre Inácio ou Maria do Acais e toda a linhagem de catimbozeiros de Alhandra, que após um ritual denominado "lavagem" ganham um lugar nas cidades espirituais e passam a incorporar nos discípulos que formaram. Outros adquiriram esse conhecimento no momento da morte, pelo fato desta ter acontecido próximo a um espécime da árvore sagrada. No panteão juremista, existem vários mestres e mestras, cada qual responsável por uma atividade relacionada aos diversos campos da existência humana (cura de determinadas doenças, trabalho, amor...). Há ainda aqueles especialistas em fazer trabalhos contra os inimigos. Nas mesas, as representações das entidades relacionadas nesta categoria são as mais elaboradas, geralmente possuindo o estado completo e a "jurema plantada"; em especial a do "mestre da casa", aquele que incorpora no juremeiro, faz as consultas e iniciam os afilhados nos segredos do culto. Por tudo isso esse mestre é carinhosamente chamado de "meu padrinho". Cada mestre está associado a uma cidade espiritual e a uma determinada planta de "ciência" (angico, vajucá, junça, quebra-pedra, palmeira, arruda, lírio, angélica, imburana de cheiro e a própria Jurema, entre outros vegetais), existindo ainda alguns relacionados a fauna nordestina (mamíferos – guará, preá; aves – gavião, periquito, arara, pitiguarí; insetos – abelhas, besouro mangangá; répteis). Para os mestres relacionados a uma outra planta que não a Jurema, são estas plantas (quando arvores) que tem seus trocos plantados nas mesas dos discípulos.

O QUE É JUREMA?



A jurema é um pau sagrado
Onde Jesus descansou
Que dá força e "ciência"
Ao bom mestre curador.
A ÁRVORE
A JUREMA é uma árvore (Mimosa Nigra Hu ) que floresce no agreste e na caatinga nordestina; da casca de seu tronco e de suas raízes se faz uma bebida que alimenta e dá força aos encantados do "outro-mundo". É também essa bebida que permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá residem. Tal árvore se constitui enquanto símbolo mágico-sagrado e é núcleo de várias práticas mágico-religiosas de origem ameríndia. De fato, entre os diversos povos indígenas que habitaram ou habitam o nordeste, se fazia e em alguns deles ainda se faz uso ritual desta bebida.
O TRONCO
Para alguns entendidos no culto, é no tronco – junto com outros apetrechos que a entidade que o domina solicita que seja nele depositado – onde estaria o verdadeiro segredo de uma "Jurema plantada". Portanto, eles argumentam que este deveria ficar longe dos olhos dos curiosos, normalmente em baixo da mesa. Como adverte uma das toadas: "A Ciência da Jurema / Todos querem saber / Mas é feito casa de abelha / Trabalha que ninguém vê." Em cima do tronco, sobre a mesa, ficaria, a vista de todos, o jogo de príncipes e princesas.Os príncipes e princesas são as taças e os copos de vidro.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Jurema é como o segredo da abelha , trabalha sem ninguem ver.

Jurema sagrada como tradição "mágica" religiosa, ainda é um assunto pouco estudado. É uma tradição nordestina que se iniciou com o uso desta planta pelos indígenas da região norte e nordeste do Brasil, mas que, atualmente possui influências as mais variadas, e que vão desde a feitiçaria européia até a pajelançaxamanismo indígena, passando pelas religiões africanas, pelo catolicismo popular, e até mesmo pelo esoterismo moderno, psicoterapia psicodélica e pelo cristianismo esotérico. No contexto do sincretismo brasileiro afro-ameríndio, a presença ou não da jurema como elemento sagrado do culto vem estabelecer a diferença principal entre as práticas de umbanda e do catimbó .



Mestra Paulina acostada na minha filha Tatiane.
Mestra Ritinha acostada em meu neto Mikael.

Mestra Julia Galega acostada no meu filho Robson.

CONSAGRAÇÃO DE JUREMA

A cada dia a folha do acais cresce mais em Areia Branca , essa é a mesa de Consagração de meu filho Robson da mestre Coquinho Vermelho e dos meus netos Flávio do mestre Manoel Maior e Mikael de Ritinha que foram consagrados no dia 16.01.2011.